segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Principado de Mônaco - Luxo e glamour na Riviera Francesa

Fiz um bate e volta pra Mônaco de Monte Carlo, na Riviera Francesa: um lugarzinho espremido entre o mar e a montanha, um dos mais luxuosos do mundo, onde se encontra o famoso Casino de Monte Carlo, o Circuito de Mônaco da Fórmula 1, palco de competições de boxe, eventos de moda e com os imóveis mais caros do mundo, não é a toa que é considerado um dos custos de vida mais altos. Cada passo te deixa maravilhado e deslumbrado e diferente das que já visitei, é uma cidade com a história voltada para o futuro.

O principado tem cerca de 3000 habitantes, sendo um dos menores países da França, mas mundialmente famosa pela beleza, charme e riqueza, procurada principalmente por turistas que gostam de luxo e exuberância, ou por nós, curiosos. É um paraíso fiscal (a política fiscal que não pratica a tributação pessoal), a economia gira em torno do turismo e dos ganhos gerados no Casino desde 1863! Governado desde 1297 pela dinastia de Grimaldi, hoje é uma monarquia constitucional hereditária, formada por quatro aldeias: Mônaco (no rochedo), Monte Carlo (área residencial e comercial), Fontvieille (entretenimento) e La Condamine (iates).

Nessa excursão passamos pelas ruas íngrimes e subterrâneas e pelos principais pontos rapidamente: Jd, Exotique, Museu Oceanográfico, Catedral, Place du Casino, Autódromo com as curvas e túneis de Monte Carlo, Salle Guarnier, mirantes para o Mar Mediterrâneo... Mas o que mais fizemos é babar em meio aquela quantidade enorme de navios e iates, carros e casas cobiçadas.


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quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Barcelona de Gaudí

Fomos conhecer Barcelona para comemorar o aniversário de um amigo na Razzmatazz e aproveitei pra fazer um tour arquitetônico pelas obras do Gaudí! Não tinha muita certeza de como seria, já que ficaríamos pouco tempo, mas era um dia lindo com sol, com um grupo que topava tudo e a cidade surpreendeu muito positivamente, não tinha como não ser incrível!
Quem conhece não esquece jamais quer sempre voltar: exala cultura, arte, arquitetura e gastronomia, a capital da Catalunha é clássica e moderna com um toque de gótico, tem uma vida noturna agitada, é hospitaleira e Gaudí a deixou como um mundo novo de formas inimagináveis e cores vibrantes.

Antoni Gaudí
Como já deve ter percebido, não tem como ir a Barcelona e não ouvir falar do artista. Ele viveu na cidade entre o século XIX e XX, era católico fervoroso e amante da natureza, por isso sempre incorporava alguns elementos que remetessem as suas paixões, facilmente perceptíveis a qualquer visitante. Mas o que não é fácil é decifrar o que ele quer passar simplesmente entrando nas construções e olhando... E vai com certeza achá-lo mais louco quando descobre as ligações entre cada elemento, os seus significados e os "porques" (tudo dele tem seu porque).

Barcelona de Gaudí
Iniciamos o dia no parque Güell, que é alto e permite uma visão panorâmica fantástica da cidade. De metrô fomos para a Passeig de Gracia, uma rua que por si só já é bonita e é onde se encontram duas casas famosas do arquiteto: a La Pedrera e a Casa Batló. Seguimos a pé até a Plaça da Catalunya e depois para o bairro gótico, visitar a catedral e a La Rambla, importante avenida, até acabar na marina e ficar até o pôr do Sol. Deixamos só a Sagrada Família pro dia seguinte.

Barcelona vista do Parque Güell

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Verona, a cidade do Romeu & Julieta

A piccolina cidade no norte da Itália, conhecida mundialmente por ser palco da história de amor entre Romeu e Julieta, foi o desfecho chuvoso da minha viagem ao Vêneto.
Foi imortalizada por Shakespeare e há quem diga que a peça tem um fundo de verdade e aconteceu no século XIV, mas independente disso a cidade vale a visita. Chamada também de La Piccola Roma, além de clima de romance, é cheia de construções medievais e romanas.
Para chegar de Veneza, a viagem é curta e barata de trem. Fomos bem cedo, deixamos nossas mochilas num lock e a noite voltamos pra casa. E sim, é possível visitá-la em um dia, tranquilamente. 

Fizemos o roteiro a pé mesmo, vimos tudo, mas em razão da chuva torrencial, não ficamos muito tempo nos pontos turísticos, o que pede uma volta lá, né?


Nosso roteiro foi esse: saímos da estação de trem Porta Nuova e andamos até o Castelvecchio, depois até a Praça Brà onde se encontra a Arena, seguimos até a casa da Julieta e para ir até a ponte Pietra passamos pela Piazza delle Erbe. Ficamos um  tempo próximo a Ponte, aproveitando a vista do Teatro Romano e da coloração das árvores no outono. Como o tempo estava ruim, voltamos pela margem do rio até um jardim próximo à estação ainda cedo.

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Biennale di Architettura di Venezia- Fundamentals

Finalmente, o motivo principal da minha viagem para Veneza: La Biennale di Architettura di Venezia! Acabamos visitando apenas um dia, mas foi bom o suficiente! O espaço da Biennale é dividido em pavilhões espalhados pelo Giardini e Arsenale além de espaços -menores- pela cidade e contou com 66 países mostrando o melhor de suas arquiteturas nos últimos 100 anos. Com o tema "Fundamentais" e direção de Rem Koolhaas, essa bienal mostrou a relação entre a arquitetura e a modernidade e tem um olhar voltados para os elementos fundamentais da arquitetura, usados por qualquer arquiteto, em qualquer lugar, em qualquer altura, para tentar descobrir algo novo sobre a arquitetura.
Para isso a curadoria estabeleceu três seções para investigar os elementos básicos, a condição contemporânea da Itália e como ela pode informar outros contextos, além de avaliar o "moderno" entre os países participantes, redescobrindo pontos de referência e reacender o desejo pela arquitetura.


O papel dos 66 países era traçar a história dos seus processos de modernização desde 1914, o que proporcionou à mostra a relação da arquitetura com a história política (golpes de estado, guerras, movimentos...). A esfera pública então desaparece e fica a pergunta: "quem preencherá esse vazio?" "Onde está e para onde se desloca o caráter público da arquitetura?" "Como reconquistá-lo?".
A maioria dos participantes respondeu diretamente ao tema proposto, com leituras pontuais dos seus processos de modernização, outros questionaram a visão globalizada da arquitetura ou ainda o quanto a modernidade é/foi benéfica (ou não). Alguns países escolheram uma visão panorâmica com uma linha do tempo (como o Brasil), enquanto a República de Kosovo mostra como nunca aderiu ao movimento. Abordagens conceituais e espirituais também tiveram vez e a maneira de representar isso tudo é tão diversa quanto as suas culturas: materiais físicos e outros onlines, com pavilhões lotados de informações e outros vazios e outro ainda sem pavilhão, com interação do público ou não, em forma de escritório ou somente como exposição...


No pavilhão central do Giardini se encontrava a seção "Fundamentals" onde a ideia era verificar tudo relacionado aos elementos principais que constituem um edifício: chão, parede, janelas, portas, escadas, teto, telhado, fachada, sacada, corredor, lareira, banheiro, elevador e a rampa. Eles são isolados em sub espaços, sendo estudados e analisados separadamente para entender a importância de cada um desses elementos, que pode não ser percebida no todo, devido ao tamanho de informações que um projeto contém.
Essa exposição foi pensada e projetada durante meses, mas é resultado de uma pesquisa de dois anos com a Harvard Graduate School of Design e juntamente com as equipes lideradas pelo curador, foi desenvolvido paralelamente um livro, exposto e vendido no mesmo local.


No segundo grande pavilhão, a exposição Monditália, propôs a Itália como a anfitriã em conjunto com as outras artes: a dança, cinema, música e teatro. Era basicamente um corredor onde de um lado encontrava-se a exposição e do outro alguma forma de arte interagindo, seja uma projeção ou até mesmo uma apresentação. Ao todo foram 82 filmes italianos, e 41 estudos de casos arquitetônicos.


"O fato dessa Bienal ser uma desconstrução do modo de ver e escrever a arquitetura, nos informa sobre a impossibilidade de tradução universal, assim como uma construção historiográfica única e engessada. A exposição, entre outras características, é uma expressão de desacordo com a história da arquitetura contada pelos manuais e obras icônicas. Ao apresentar elementos que são pretensamente universais e que trazem à exposição a tensão que é intrínseca à memória, Koolhas permite aos visitantes uma leitura aberta e composta por retóricas. Essa exposição é, certamente, uma aula de curadoria e de arquitetura, que mantém no âmbito tectônico a promessa de realidade, carregando em sua materialidade os múltiplos significados e enunciados." Anne Capelo.


No pavilhão do Brasil, a exposição foi organizada por tipos de edifícios: habitações coletivas, habitações individuais, edifícios governamentais, escolas, urbanismo e paisagismo. O espaço intercalado por divisórias em treliças e cobogós continha painéis com imagens históricas e croquis dessas construções impondo um trajeto cronológico com obras de Oscar Niemeyer, Lúcio Costa, Burle Marx, Lina Bo Bardi, Lelé, Paulo Mendes da Rocha (etc).
Particularmente, o pavilhão brasileiro não me agradou. Externamente, estava numa excelente localização de destaque e não achei que usou desse recurso tão bem como poderia. Internamente, os painéis mostraram basicamente fotos e mais fotos, sem tantas informações que eu julgava necessárias para a proposta, mas principalmente que muitas obras e cidades que poderiam ser citados, não foram: apareceram basicamente Brasília, Rio e São Paulo. Nesse artigo, a Ana Luiza Nobre comenta sobre a Bienal como um todo e foca no pavilhão do Brasil com um olhar crítico mais aprofundado, vale a pena ler!


Mas em compensação, escolhi dois pavilhões que amei. Um deles foi queridinho por quase todos: Finlândia! A instalação se chama Re-Creation e foi construída por um mestre carpinteiro finlandês e por uma equipe chinesa (pelo conhecimento do uso do bambu), estabelecendo uma ligação sutil e complexa ao mesmo tempo. Ela coloca o visitante na sua própria interpretação da dinâmica entre modernidade e tradição. Duas casas em suas formas mais básicas do lado de fora te faz refletir sobre o espaço, autenticidade, cópia, fusão de culturas. E outro ponto que me chamou atenção, embora não tenha lido sobre essa intenção, é a da construção com o meio ambiente: a madeira por si só já me fascina, em contato e interação direta com o verde então... não tinha como não ser meu preferido!


E o segundo, pavilhão da Coréia! Gostei da arquitetura do pavilhão: um ambiente com cores vibrantes, painéis ondulados de madeira e muita iluminação natural obtida pelo uso do vidro inclusive no telhado. Chamado de Crow's Eye View (referência a um poema do arquiteto Yi Sang sobre a fragmentação causada pelo colonialismo japonês), a curadoria abusou de uma equipe interdisciplinar e aproveitou cada canto do espaço as interseções e divisões arquitetônicas entre as Coreias do Norte e do Sul. A reportagem do ArchDaily o descreve mais precisamente, além das fotos que sintetizam sua arquitetura. 
E merecidamente, este pavilhão foi o mais querido também por Rem Koolhaas e, assim, o vencedor da Bienal, conquistando o Leão de Ouro de 2014.


Confira mais fotos da Biennale: 

Ilhas de Veneza: Murano e Burano

Quando visitei Veneza tirei um dia para conhecer duas ilhas que ficam pertinho (dá pra chegar de Vapporetto com o bilhete 24h): Murano e Burano! Elas não são muito grandes, mas muito procuradas. A parte turística é realmente muito pequena, uma tarde é suficiente pro passeio. Na época que fomos estava um pouco frio e nublado e mesmo assim estavam tão lindas que pareciam de mentira!
É um passeio interessante para os turistas de Veneza conhecer as ilhas vizinhas, cada qual com sua própria atração. Além de ser fácil se locomover até elas são pequenos mundo à parte que você não encontra em lugar nenhum.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Bella Venezia

Visitei a cidade mais romântica do mundo para ver a Bienal de Arquitetura no começo de novembro (conto tudo num post só pra ela) com alguns amigos e me encantei! Veneza é única e diferente de tudo que já vi na vida... Seus becos, as pontes, as gôndolas, a arquitetura, a história milenar, a água, as milhões de lojinhas, as máscaras... Não tem como não se encantar! Ficamos três dias na ilha e nos perdemos os três dias (não adianta muito o mapa minúsculo pra uma cidade relativamente grande e confusa) o que foi incrível, pois acho que a graça de lá é justamente essa, descobrir surpresas no meio do caminho, sentir como a cidade pulsa pelas ruelas e não somente pelo canal desse labirinto tão singular.

História
Veneza foi formada por diversas ilhas a noroeste do Mar Adriático e foi refúgio de habitantes das cidades próximas durante invasões na Europa. Foi de grande importância pelo Arsenal, o mercado rico de influência mundial e se tornou uma potência comercial no século X, expandindo pelo Mediterrâneo. Foi preservada mesmo passando por guerras que destruíram tantas outras e hoje é patrimônio da UNESCO, um museu a céu aberto de valor incalculável (assim como Roma) onde se encontram os maiores especialistas em afrescos, mosaicos e arquitetura. Seus maiores inimigos, porém, é a água que avança cada vez mais, e a quantidade de turistas, considerada por muitos maior do que a ilha pode suportar.


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