terça-feira, 31 de março de 2015

Eurotrip 4/4 - Budapeste

Nossos 21 dias de viagem estão chegando ao fim, e fechamos com chave de ouro! A pérola do Danúbio foi o destino que eu mais gostei, dentre os quatro que fomos desta vez... Chegamos na Hungria de trem, relativamente mortos de cansaço e eu pelo menos, com as expectativas baixas para não ser como Praga. Ficamos quatro dias bem divididos entre os passeios e as longas dormidas na casa de amigos que ficamos hospedados.

Localizada na Europa Central, é dividida pelo rio Danúbio em Buda e Peste, duas antigas cidades que hoje são ligadas por belas pontes, e não importando de qual ângulo você esteja não tenha dúvida que terá belas vistas panorâmicas! Existem registros da região desde o Paleolítico, e por mais estranho que pareça, quem fundou a primeira cidade foram os romanos e foi invadida por muitos povos diferentes até chegar nos Magiares, no século IX, quando o rei construiu o Castelo na colina de Buda. A cidade só foi ligada no império Austro-Húngaro e a Ponte das Correntes simboliza o momento. Os próximos capítulos da história da cidade não são tão gloriosos, se associaram à Alemanha na II Guerra, e ainda foram invadidos pela Rússia e submetidos ao comunismo. 
Hoje não é um destino tão procurado quanto as outras pérolas do Leste Europeu, tem sua moeda desvalorizada, o comércio não tem tanta força desde o comunismo, possui grandes diferenças sociais e econômicas perceptíveis caminhando nas ruas... Mas é uma cidade de muita luz, edifícios históricos -e bem cuidados- telhados coloridos, e esse contraste apaixona!

Dividimos os passeios conforme a cidade: um dia para Buda, um dia para Peste e no terceiro fomos para a Citadella, que fica em Buda, porém mais afastada do complexo do castelo. 
No primeiro lado, para chegar no complexo do Castelo que fica 170m acima do rio é preciso dar uma caminhadinha íngreme (ou subir de funicular), mas quando chega lá em cima e tem a vista do Parlamento você esquece a dor na perna. Lá tem o Palácio Real, a Cidade Velha, o Bastião dos Pescadores e a Igreja colorida de Mátyás. No segundo, além do Parlamento, tem o Parque da Cidade, a Praça dos Heróis, a cultural Av. Andrássy, Basílica de São Estevão e a dinâmica Rua Váci. E pro último dia deixamos a colina Gellért, com a melhor da cidade porque permite ver os dois lados, além de todas as pontes, mas lembra que eu falei da dor na perna? Aqui ela é um pouco mais intensa, ta?
Abaixo eu descrevo tudo que esses pontos tem a mostrar (:


segunda-feira, 30 de março de 2015

Campo de concentração em Dachau

Há 16km de Munique, a cidade de Dachau (leia darráu) guarda uma sombria história e apresenta ao mundo as exposição no campo de concentração. Eu confesso que não tinha muita informação sobre o holocausto, nazismo e II Guerra na cabeça, esqueci muita coisa que a gente aprende/decora na escola e me envergonho disso, ta? É preciso estar com a cabeça e coração abertos, pois visitas como essa te mostram tantos detalhes desconhecidos ou mascarados, chocam, são pesados, emocionam, e te fazem refletir sobre a vida e o que o ser humano pode fazer, o quanto o egoísmo, a ganância, e a vingança são capazes de cegar e manipular legiões de homens, os fazendo agir como animais, transformando mentes fracas em assassinas... Cada prisioneiro desse e de outros campos, de qualquer forma de opressão, tinham histórias que foram desviadas e destruídas inocentemente. É muito importante olhar o passado para que a sociedade nunca mais repita atrocidades como essas!

História
O campo de Dachau foi o modelo de construção e escola de assassinos da SS para todos os outros, inaugurado em 21 de março de 1933 nas dependências de uma fábrica de munição, era destinado inicialmente a prisioneiros políticos mas entraram comunistas, sindicalistas, negros, homossexuais, Testemunhas de Jeová, ciganos, deficientes e judeus. Os próprios eram quem construíam o campo, nas piores condições de sobrevivência, porque vida já não cabe a essa frase. O local tinha capacidade para 5000 pessoas, mas chegaram a passar 188 mil pessoas, das quais mais de 28 mil (documentados) foram mortos por fome, doenças, exaustão, degradação, surras, torturas, metralhadoras, forca, injeções, epidemias, desnutrição, falta de higiene... Durante a visita li que não era para ter tantas mortes, que haviam enfermarias, mas a partir de um momento a coisa saiu fora do controle, os prisioneiros caíam mortos durante o trabalho, a capacidade era muito maior e as epidemias foram inevitáveis, como a de febre tifóide, que matou mais de 10 mil pessoas em 4 meses. 29 de abril de 1945 foi o dia da libertação pelos soldados americanos, que também realizaram o massacre dos soldados da SS que só foi conhecido publicamente 60 anos depois.

Organização
Na entrada, a Jourhaus era a administração. Há uma placa com as plantas e o que os nazistas realizavam em cada cômodo, além do portão com o lema dos SS "Arbeit macht frei" (o trabalho liberta), que não estava lá quando eu visitei. 
Assim que passa o portão você se depara com uma grande área livre e árida, apenas com o memorial de homenagem aos mortos, um monumento extremamente sombrio, onde os prisioneiros eram organizados em filas e recebiam suas ordens, eram punidos publicamente, assistiam celebrações nazistas, etc. Do lado direito fica o complexo com a cozinha, lavanderia e banheiros que hoje abriga o museu e atrás ficam as prisões e bunker (abrigo anti aéreo). 
Do lado esquerdo ficavam os barracões dos "quartos" que precisaram ser demolidos. Hoje estão duas reconstruções e o espaço vazio e demarcado dos outros. 
Ao fundo antes existia o barracão de desintoxicação e as estufas. Hoje estão igrejas católica, judia e protestante. 
O crematório fica fora dos limites do campo, mas próximo ao fundo. O complexo tem também uma câmara de gás que nunca foi concluída nem utilizada, o paredão de fuzilamentos e um bosque. 


O silêncio das fotos falam mais por si que qualquer descrição

Tour Arquitetônico em Berlin

No último dia em Berlin nós fizemos um tour arquitetônico, procuramos as principais construções e foi incrível, porque apesar de eu gostar muito, ver só prédio antigo "cansa" os olhos, eu já não estava reparando com tanto afinco e esse nosso passeio ajudou a "limpar a vista" e no meu caso, a mente...

Para quem não sabe, vim para a Itália estudar Restauro da Arquitetura na PoliTo, uma universidade conceituada na área com um curso todo voltado para esse estudo. Mas depois do primeiro semestre, meu coração já não estava batendo tão forte pela restauração de edifícios, e praticamente todas as minhas viagens foram em cidades antigas, milenares, históricas e sim, incríveis, mas pude perceber, principalmente escrevendo aqui no InaE, que o que me fascinava era imaginar a bagagem que aqueles velhinhos traziam, tudo que eles já viram e passaram, o trabalho de gerações de arquitetos e engenheiros em cada detalhe que deixa o todo tão exuberante. Descobri que gosto de história e de sociologia, pode? Deixou uma plantada uma sementinha para o futuro, quem sabe, mas como curiosidade apenas. 
Voltei com a cabeça martelando e depois de pesquisas, muita leitura, início do novo semestre, e o contato com um blog em especial, escolhi outra área da arquitetura para seguir e me desenvolver a partir de agora. Contarei a respeito dessa nova escolha mais pra frente, quando minhas ideias já estiveram mais maduras, porque acredito naquela coisa de guardar projetinhos para si até que ninguém possa atrapalhar, sabe? Superstições, vai entender...

Então vamos ao que interessa e ao que me trouxe até aqui:


Para aumentar as imagens, basta clicar!

terça-feira, 3 de março de 2015

Eurotrip 3/4 - Berlin

"Berlin, The place to be"
Na terceira parada, voltamos pra Alemanha: Berlin! Era prometido uma das melhores viradas de ano e como era possível, lá fomos nós! Nós tínhamos dividido a responsabilidade de fazer os roteiros e essa foi a minha parte, e confesso que me apaixonei pela cidade "pobre, porém sexy" desde as pesquisas. Essa frase foi dita pelo prefeito Klaus Wowereit em 2003 e pode ser entendida dentro do contexto alemão, ou seja, em comparação com Munique e Frankfurt realmente a capital é mais e$cassa, além do peso e marcas da sua história, mas hoje no que se refere à pobreza, Berlin fez o dever de casa: entenda aqui, e sobre seu sex appeal, a metrópole ferve na multiculturalidade, atrações ricas e variadas, vida noturna movimentada e é urbana por natureza, assim não leva a qualificação despropositalmente. 

Quando procurei o que fazer em Berlin, encontrei praticamente só museu: museu a céu aberto, museu de graça, museu caro, museu imperdível, único museu X do mundo... Mas Berlin não vive só de museu, tem muito monumento e marcos simbólicos dividindo espaço com artistas de rua, movimentos, parques e arquitetura inovadora, deixando a atmosfera tão vibrante que é impossível não ficar maravilhado, é o exemplo do seguir em frente sem esquecer o passado. A cidade viveu 775 anos de reviravoltas: de capital da Prússia a duas guerras mundiais, unificações, ascensão e queda do nazismo, construção e queda de um muro divisor por quase 30 anos... Ficou em ruínas e além de se reconstruir, Berlin precisou reconstruir também uma identidade... E conseguiu! Hoje é a capital criativa e cultural da Europa que merece ser visitada, então se você dispor do tempo, passe uns 5 dias, e mesmo assim não verá de tudo que ela tem a oferecer.

Chegamos no dia 31/12/14 e fomos pra casa de uma conhecida, obrigada Elfa, porque na virada do ano era impossível conseguir um hostel ace$$ível. Nos encontramos com o Oliver e a mãe dele de novo, fomos na East Side Gallery , vimos o Muro, visitamos o Museu dos Judeus, Check Point Charlie, e quando já era noite fomos pro Portão de Brandenburgo para esperar a virada. Nos dias seguintes voltamos a ser só nós três, e vimos os outros pontos importantes: topografia dos terrores, mauerpark, o parlamento, memorial do muro, a torre Berliner e a Alexanderplatz, o duomo... E no último dia fizemos um tour arquitetônico, que nós mesmas montamos um dia antes. 
Aqui está o My Maps com o nosso roteirinho.


Clique nas fotos para aumentá-las
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